Confederação Brasileira de Golfe

No caminho certo

15 de dezembro de 2008

HENRIQUE FRUET*

Um ídolo não se faz apenas por boas performances no campo e resultados obtidos na carreira, mas também por carisma e simpatia. Se adicionarmos a esses ingredientes uma preocupação com o próximo e uma tendência a auxiliar os menos favorecidos, afirmo sem medo de errar que a paranaense Angela Park está no caminho certo para se tornar a primeira ídola do golfe brasileiro, já que reúne todos esses atributos e mais alguns.

Como assessor de imprensa do recente LG Vivo PGA Championship, disputado de 3 a 7 de dezembro no Arujá Golf Club, tive o prazer de acompanhar Angela durante as entrevistas que ela concedeu a diversos veículos de comunicação. Ela dedicava a um repórter de um jornal local de Arujá a mesma atenção e simpatia que dispendia a equipes da Rede Globo e da Rede Record. Em nenhum momento a vi recusar assinar um boné ou ser fotografada ao lado de fãs que a procuraram.

Tudo bem, está certo que os fãs atuais de Angela se restringem aos golfistas. Mas a exposição que essa garota de 20 anos deu ao esporte na mídia durante os poucos dias que passou no país já a deixam na confortável posição de grande vitrine do golfe brasileiro.

Que outro golfista conseguiu aparecer com destaque na mesma semana nas três principais revistas semanais de informação brasileiras, como Angela fez no ano passado, ao se tornar vice-campeã do Women´s US Open? Que outra praticante do esporte, seja homem ou mulher, brasileira ou não, conseguiu dar destaque ao golfe em veículos como O Estado de S. Paulo, ISTOÉ, Gazeta Mercantil, SBT, Record, ESPN, Sportv, além de dezenas de outras publicações e sites, em menos de 10 dias?

Angela fez tudo isso, e certamente fará muito mais, na confortável situação de atleta feminina brasileira mais bem paga da atualidade (algo que certamente continuará rendendo dividendos de exposição de mídia no futuro a ela e a seus patrocinadores, com destaque para a LG brasileira, que renovou o contrato com a atleta).

Há quem argumente que Angela não tem laços suficientemente fortes com o país para se sustentar na posição de ídola do golfe brasileiro. Discordo. Para começar, ela realmente nasceu no Brasil, e isso ninguém pode mudar. Parte de sua família, incluindo sua mãe, vive em São Paulo. Se Angela se intitulasse americana ou coreana, certamente os americanos ou coreanos teriam muito mais argumentos para renegá-la como sua compatriota.

Tudo bem que seu português não é dos mais fluentes, mas em todas as entrevistas que ela concedeu ela só se utilizou do inglês depois de consultar os repórteres. E falou em português sempre que possível, cativando os jornalistas com seu sotaque. Além disso, faz questão de usar sapatos de golfe que ostentam uma discreta bandeira brasileira no calcanhar. Fora que sua admiração por pão de queijo e churrasco deixam muitos brasileiros da gema no chinelo.

Além da boa performance nos campos, que já lhe rendeu US$ 1,8 milhão somente em prêmios, e da simpatia, Angela tem também uma tendência a apoiar os menos favorecidos. Quando perguntei a ela o que faz com o seu dinheiro, primeiro ela respondeu que o pai dela é quem o administra (“É ele quem gasta!”, disse brincando). Depois, revelou que pretende usá-lo para sustentar alguma entidade beneficiente daqui a cerca de quatro ou cinco anos, quando certamente sua conta bancária estará ainda mais rechonchuda. “Minha idéia é ajudar os outros”, disse.

Penso no melhor cenário possível: que tal Angela entre as cinco melhores do mundo até 2016, quando o Rio de Janeiro terá sido escolhido como sede das Olimpíadas e o golfe terá voltado a ser um esporte olímpico? Uma medalha de ouro para o golfe brasileiro não seria nada mau…

O colunista é jornalista há 13 anos e golfista há 7. Edita o www.blogolfe.com.br e dirige a Albatroz Comunicação, agência de notícias e de comunicação especializada em golfe. 

O ponto de vista dos colunistas não expressa necessariamente a opinião da CBG

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