O lado mais nobre do golfe
POR GUILLERMO PIERNES*
Novembro é prodigo em torneios beneficentes que mudarão vidas, prolongarão existências, aliviarão dores, arrancarão sorrisos de rostos cinzas. Palmas para os homens e instituições que fazem possível que Casa da Paz, Instituto Ronald McDonald, Hospital Albert Einstein, por exemplo, cumpram com mais recursos o seu importante papel humanitário e solidário.
Jamais olvidarei um torneio beneficente em prol de crianças com câncer quando compartilhei meu putter com eles. Todos entre oito e 12 anos. Todos carecas pelos tratamentos químicos. Um em cada três não voltaria no ano próximo. É assim. Porém com a magia do lúdico jogo eles riam como se a vida que se escapava o fizesse cantando.
Nesse momento perdi a minha paciência com aqueles que reclamam por besteiras, por detalhes intranscendentes, por frustrações mínimas. Essas crianças de nada reclamavam. Apenas brincavam com a bola que cumpria o seu papel de realizar ou ignorar desejos. Apenas seguiam no jogo até o final.
Quanto o golfe faz para apoiar causas solidárias. Quanto mais poderia fazer. Por isso perdi a paciência com os que jogam somente em benefício próprio. Pago caro por cobrar responsabilidade a cartolas e asemelhados. Mas sigo o exemplo dos carequinhas. Jogar com alegría até o final. Seguirei batendo palmas pelos voluntários, para essa parte nobre do golfe que nos faz sentir orgulhosos de seguir empunhando o taco.
*Guillermo Piernes é escritor e palestrante. Autor de Liderança e Golfe – O Poder do Jogo na Vida Corporativa. Colaborador de importantes revistas. Diretor do portal www.golfempresas.com.br.
O ponto de vista dos colunistas não expressa necessariamente a opinião da CBG.