Confederação Brasileira de Golfe

Henrique Fruet – Primeiro tiro

22 de agosto de 2007

Difícil saber o que é mais divertido: jogar 18 buracos ou depois conversar sobre eles na mesa do bar, na companhia dos amigos. Pois essa coluna nasce dedicada a você, leitor e amigo golfista. A intenção é justamente rememorar esse clima de descontração que impera após os jogos de golfe. Aqui você encontrará histórias curiosas, comentários, dicas de leitura e de sites, informações relevantes (e também “irrelevantes”, mas sempre curiosas e interessantes) sobre nosso esporte predileto. Tudo num ambiente digno de buraco 19. Para tudo isso acontecer, é claro que sua participação é fundamental. As portas estão abertas para suas histórias e comentários, basta me enviar um e-mail.

***
O começo

Meu amigo (e também colunista desta página) Guillermo Piernes defende que o golfe não vicia. Ele diz que se trata apenas de um hábito impossível de ser abandonado. Concordo.

Meu primeiro contato com o golfe foi quando tinha por volta de 10 anos de idade e costumava ir visitar meus primos em Porto Alegre nas férias. Como meu tio, Fernando Fruet (já falecido) era golfista dos mais entusiastas, acabei acompanhando meus primos nas aulas que tinham no Porto Alegre Country Club. Depois das aulas com o Flores – obviamente, não me recordo de seu nome inteiro –, pegávamos caddies e nos aventurávamos no delicioso campo do Country. Nosso buraco 19 era regado a torradas (a versão porto-alegrense do misto quente de São Paulo, mas muito, muito mais gostosa) e a Coca-Colas estalando de geladas.

Quando voltava para São Paulo, sonhava em jogar golfe, mas não conseguia convencer meu pai a gastar uma pequena fortuna para se associar a algum clube. Já viciado em golfe (ou, digamos, extremamente habituado com a coisa…) e com algumas bolinhas que ganhei de meu tio, improvisava um jogo na vila em que eu morava. Como ainda não tinha tacos – só um ano depois de ter a primeira aula é que fui ganhar de meu tio o meu primeiro taco, um ferro 9 bem baleado –, usava uma vassoura de brinquedo, daquelas de criança, que se transformara em driver, ferros e putter.

Quando percebi, todos os meus amigos já estavam virando craques em nosso driving range improvisado. A brincadeira acabou quando meu amigo Marcus Baldini, hoje badalado cineasta, bateu um ótimo ferro 7 (com a vassoura, claro) e arrebentou a janela da frente de minha casa com a bola. Fiquei impressionado com a tacada que Marcus deu e fui cumprimentá-lo. O vôo foi perfeito. Acreditem: a bola subiu bastante, mesmo sendo batida com uma vassoura de, digamos, loft 8,5º ou algo próximo. Só depois é que fiquei preocupado com a reação de minha mãe, que certamente não combinaria com a calma e a boa educação que reinavam até então em nosso Augusta National improvisado.

A tacada mais bonita (e mais desastrosa) foi a dele, mas o longest drive é meu e ninguém tasca. Certa vez, dei um top na bola e ela correu para a rua. Assim que saiu da calçada, foi atingida por um Monza que passava por lá. O motorista não entendeu nada. E a bola voou como nunca havia voado, já que pegou bem na parte da frente do carro, que é bastante inclinada. Como era uma descida, a bola deve ter andado, por baixo, uns sete quarteirões, quicando no asfalto e rolando pela sargeta.

Época boa, aquela – crianças ainda podiam brincar na rua em São Paulo sem muitos temores (além, é claro, de bolas perdidas…).

O colunista é jornalista há 12 anos e golfista há 6. É um dos diretores da Albatroz Editorial e também diretor da Golf Life.

Confederação afiliada

Comitê Olímpico do Brasil Internacional Golf Federation R&A Federacion Sudamericana de Golf Comitê Brasileiro de Clubes

Parceiros

Patrocinadores

Premiações

Mapa do Site