Confederação Brasileira de Golfe

Camila Nardy Rocha fala sobre a trajetória de sua familia no golfe

15 de dezembro de 2005
Em entrevista exclusiva ao site da CBG, Camila Nardy Rocha, mãe do jogador Alex Rocha, revela a trajetória de sua família no mundo do golfe.
 
CBG – Como é fazer parte de uma família vitoriosa no mundo do golfe nacional?
Camila – Em primeiro lugar, gostaria de fazer um reparo importante. Nossa família não é a mais vitoriosa do golfe nacional. Justiça seja feita, a família mais vitoriosa é a Gonzales, que produziu o nosso maior jogador: Mario Gonzales. Depois pessoas vitoriosas como o filho do Mário, Jaime (professor do Alexandre) que jogou no tour europeu e no americano. Essa família nos deu também o Priscilo, hoje comentarista da Band Sports e que jogou o Tour Europeu de Seniores. Ainda temos aí Pinduca e Rafael.
 
CBG – Quando a família começou no esporte?
Camila – Nossa família começou o golfe por minha causa. Eu tenho um sério problema de coluna, por um acidente em uma piscina. Por sorte fui levada a um médico ortopedista inglês, radicado no Brasil, dr. Edward Salem, que jogava golfe. Ele me indicou como terapia de fortalecimento das costas esse tal de golfe de que nunca havíamos ouvido falar. Fui ter aulas com o prof. Amando Rossi, no condomínio São Francisco e aí caí na paixão que esse esporte provoca. Por minha causa meus pais se tornaram sócios do São Francisco e ficaram tão ou mais apaixonados pelo esporte, do que eu. Eles, juntamente com alguns amigos, tornaram-se os sócios fundadores do São Fernando Golfe Clube, há 50 anos. Aí você sabe, começa a defender seu clube em competições, participa de torneios com jogadores internacionais, e se apaixona ainda mais.
 
CBG – Como começou o Alex Rocha?
Camila – Fomos morar no São Fernando (SP), na beira do buraco 13 e aí cresceu o Alexandre. Com tanto jogador na família, como não começar. Mamãe, papai e mesmo eu nos meus tempos mais livres nos dedicamos muito ao golfe, começando pela capitania ou presidência do São Fernando.
 
CBG – Fale um pouco de seus pais?
Camila – Papai foi presidente do São Fernando em seguida foi para a presidência da CBG (Confederação Brasileira de Golfe) e da Federação Sul Americana de Golfe. Não me lembro bem das datas, mas creio que tudo isso foi na década de 70. O golfe era praticado por muito poucos no Brasil, mas havia bastante intercâmbio com outros países. Lembro-me bem dos abertos, um ano no Rio e outro ano em São Paulo, em que podíamos ter jogadores internacionais, o que dava muita vontade de crescer e desenvolver. Mamãe trabalhou na Federação Paulista (setor feminino) e na CBG, junto com Yolanda Figueiredo, criando o setor feminino. Ela foi capitã e campeã de algumas Copas Los Andes, além de ter sido capitã de alguns mundiais. Em algumas ocasiões, o papai era delegado da CBG e esteve presente com ela. Eu trabalhei sempre mais com os juvenis, sendo capitã deles no São Fernando e trabalhando no departamento juvenil da CBG, onde tive o prazer de ver o início do crescimento e fortalecimento do golfe brasileiro, através do trabalho incansável das federações e da diretoria, sob a presidência de D. Eudes.
 
CBG – E as primeiras tacadas do Alex?
Camila – Nascendo e sendo criado no meio de golfistas, ele se apaixonou. Determinado, persistente, lutador, Alex jamais abandona seus objetivos. Por esse motivo creio que sua primeira vitória em um campeonato brasileiro infantil, disputado no São Fernando, quando tinha uns 10 anos, foi determinante para ele querer sempre se aprimorar. Aos 12 anos ele se tornou o primeiro do ranking paulista juvenil e começou a viajar pelo Brasil, com cortesia da Federação Paulista, para jogar os torneios do ranking nacional.
 
CBG – Quais os principais incentivadores dele?
Camila – Alguns jogadores foram determinantes para a sua carreira, pelo apoio e exemplo que deram. Entre eles estão Roberto Gomez e Richard Connoly. No São Fernando, o grande apoiador foi J J Barbosa, hoje vice-presidente técnico da CBG. O Alexandre começou a ter aulas com o Jaime Gonzales e seu jogo progrediu muito. Aos 16 anos já estava na equipe brasileira do mundial da França, com a capitania de D. Eudes, que foi fundamental para a técnica dele se aprimorar.
 
CBG – Fale um pouco da carreira e dos títulos
Camila – Ele foi o melhor jogador do sul-americano pré-juvenil da Venezuela e foi campeão juvenil por equipes no mesmo país. Já foi campeão de uma edição da Copa Los Andes no Equador. Foi convidado para estudar nos Estados Unidos, para onde se mudou em janeiro de 1997. Em 2000 ele se profissionalizou e ganhou torneios nacionais e um torneio do Tour de Las Americas, no Chile.
 
CBG – Qual o sentimento da família?
Camila – Toda conquista do Alexandre para nós é muito importante. A entrada dele no Tour Europeu foi uma sensação que não se pode descrever. Talvez somente agora, com o tempo passando, nós estejamos entendendo melhor o que isso significa para nós, para ele e para o golfe brasileiro. Estávamos todos juntos em casa naquele dia da classificação para o Europeu: meu marido e eu, minha irmã e sobrinha. Cada um vibrava mais que o outro.
 
CBG – Qual o momento mais marcante?
Camila – Para mim dois momentos foram mais fortes. Quando o Alexandre ligou, gritando, rindo e desabafando toda sua felicidade e quando fomos agradecer e cumprimentar o Jaime Gonzales que não conseguiu conter a emoção. Para o Alex foi a realização de um grande sonho, poder disputar um importante tour internacional. Agora é o inicio de uma nova fase para toda família.
 
CBG – Qual a relação dele com o Brasil?
Camila – Alexandre é profundamente patriota, leva a bandeira brasileira em sua bolsa de golfe, faz questão de dizer a todos que ele vem do Brasil. Quando fomos pentacampeões de futebol, ele estava no último dia de um torneio no Canadá e conseguiu da comissão a autorização para jogar os 18 buracos com a camisa da seleção canarinho. Creio que ele carregará com ele toda a comunidade golfística do Brasil a cada torneio do Europeu.
 
CBG – Qual a mensagem da senhora para quem esta começando agora?
Camila – Para todos os esportistas: nunca, por maiores que sejam as dificuldades, deixem de lado os seus sonhos.
 
 

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